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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Novo massacre abala a Síria


Uma nova chacina ocorreu na Síria. Uma centena de civis, entre os quais mulheres e crianças, foram mortos esta quarta-feira em duas aldeias da região de Hama.

As informações  sobre o  novo  massacre foram divulgadas por um representante do Conselho Nacional Sírio   oposicionista que acusou   as forças  governamentais  da autoria deste crime, acrescentando que o   regime de  Damasco  estaria a planear a realização de novos assaltos idênticos. No entanto, a TV estatal retorquiu  com avaliações contrárias, sendo afirmado que o Exército chegou a socorrer os habitantes locais alvejados por rebeldes.

O massacre ocorreu passado apenas um dia após o braço armado doExército Livre da Síria, da oposição, se ter recusado a cumprir o plano de paz proposto por Kofi Annan. A situação criada foi comentada por Serguei Demidenko, do Instituto das Avaliações Estratégicas.

"Ao que parece, tanto em Houla como em Hama   foram  perpetradas ações provocatórias que fizeram agravar a situação e aumentar a tensão.          Mas a tendência que se delineia é mais do evidente. Haverá novas tentativas de derrubar o Presidente Assad e o regime laico preconizado pelo partido Baath. Mas os islamistas e monarcas do Golfo Pérsico irão mais longe. Farão os possíveis para acabar com Bashar Al Assad por este continuar sendo o último baluarte em oposição no mundo árabe, o que não lhes agrada. Por isso, pode-se dizer que a tendência está traçada e assenta em largas somas de dinheiro a ser utilizado para levar a cabo o plano de derrube do regime de Damasco. Além disso, os oponentes de Assad almejam a liderança incontestável no mundo árabe. A Síria continua a ser alvo de ataques visando a sua desintegração."


Uma parte do plano é a guerra psicológica desencadeada, em primeiro lugar, por canais televisivos Al Jazeera e Al Arábia, revelou em declarações prestadas à Voz da Rússia, Ibrahim Naovaf, coordenador do projeto humanitário Preço da Liberdade. Citou a opinião de cidadãos comuns contatados por ele durante a filmagem de um documentário.

"A taxa de popularidade do Presidente da Síria tem vindo a crescer. Agora ele é apoiado por 80% da população. Por quê? Porque o povo se torna testemunha de atentados cometidos por  terroristas que se presumem paladinos da nova democracia e da liberdade, graças ao sangue derramado de pessoas inocentes. Vamos aguentar, dizem as pessoas. Acreditamos no governo, temos confiança no Presidente. Os sírios acusam os países do Golfo Pérsico, a Arábia Saudita e o Qatar, que já não camuflam as tentativas de financiar os terroristas. Eles também acusam a Turquia, os EUA, a Grã Bretanha e a França, que introduziram sanções. Quem é que sofre por causa delas?" - interroga-se Ibrahim Naovaf. "Os milhões de habitantes da Síria que estão a passar fome. De que apoio da parte do Ocidente se pode falar se o povo sofre de desnutrição e já não pode estudar,  se  os terroristas recebem dinheiro do exterior, matam pessoas inocentes e destroem as infra-estruturas do país – escolas, hospitais e mesquitas?"

A Missão de Supervisão da ONU pretende avançar com a sua versão da chacina na vila de Houla, ocorrida há já duas semanas. Tudo indica que após o massacre de ontem haverá novas investigações ou serão organizados dois inquéritos simultâneos com o objetivo de esclarecer a verdade para punir os criminosos que atentaram contra o direito sagrado do homem à vida.


fonte: Voz da Rússia  Konstantin Garibov

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