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domingo, 10 de junho de 2012

Começam manifestações no Chile contra homenagem a Pinochet


Santiago de Chile- Familiares de pessoas assassinadas durante a ditadura concentraram-se diante do teatro Caupolicán desta capital, onde ex-militares e setores de extrema direita preparam uma homenagem a Augusto Pinochet (1973-1990).

  A homenagem ao ex-ditador está planejada para as 11:00 hora local deste domingo (15:00 GMT) e contra esta foi anunciada uma mobilização popular uma hora antes.

 No entanto, desde ontem à noite começaram a chegar manifestantes às imediações do Caupolicán, que portavam velas, lenços e fotos com as imagens de seus familiares mortos ou desaparecidos nos 17 anos de terror do pinochetismo. O porta-voz da Assembleia Nacional de Direitos Humanos, Humberto Trujillo, disse que o sentido desse primeiro protesto, que se ocorreu de forma pacífica, era dizer ao mundo que "não queremos que se reivindique um assassino como Pinochet".

 Por sua vez Félix Madariaga, dirigente da Corporação de Defesa dos Direitos do Povo, fez um último chamado ao governo para evitar a realização do ato.

 O legado de Pinochet são seus crimes, sua antidemocrática Constituição ainda vigente e o mais injusto dos modelos econômicos: o neoliberalismo, sublinhou Madariaga.

 Pinochet é o Hitler chileno, ressaltou.


 Da mesma forma, a presidenta do Agrupamento de Familiares de Detentos Desaparecidos, Lorena Pizarro, responsabilizou o governo de Sebastián Piñera do que possa ocorrer neste domingo nas cercanias do teatro citado.

 "O que aqui está em jogo é o genocídio, o terrorismo, ou a defesa e a decisão para valer de começar a mudar esta democracia débil", manifestou.

 A líder dos Direitos Humanos insistiu que o tributo a Pinochet deve ser cancelado porque tudo aponta a que ocorrerá o mesmo que em 2011, quando se reprimiu uma manifestação contra o criminoso Miguel Krassnoff, condenado por delitos de lesa humanidade.

 "Ocorreu o paradoxo que ninguém entende. Defendeu-se os apologistas do genocídio, do terrorismo; e atacou-se à população civil que ia lutar para construir um país que tenha no centro os Direitos Humanos", denunciou Pizarro.

Fonte: Prensa Latina

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