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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Exército secreto da OTAN.


Em meados do século XX, na Europa Ocidental existia uma subunidade especial da Aliança Atlântica, admite Daniel Ganser, autor do livro Exercito Secreto da OTAN. A pesquisa do historiador suíço foi publicada na Rússia.

É bem provável que uma das maiores confrontações do século XX – entre a Aliança Atlântica, encabeçada pelos EUA, e o Pacto de Varsóvia com a URSS à frente tenha sido levada a cabo também em forma dissimulada. Para enfrentar o perigo de intrusão soviética, nos países da Europa do Oeste, no início da década de 50, começam a surgir Exércitos secretos. Daniel Ganser, professor catedrático da Universidade de Basiléia, perito em História contemporânea e relações internacionais do período pós-guerra, revelou à VR alguns segredos da OTAN.                

"Os meus colegas diziam-me com freqüência – a OTAN nunca teve Exércitos secretos! E todo o mundo pensava assim. Depois, em 1990, o primeiro-ministro italiano, Julio Andreotti, terá confirmado a existência de Exércitos secretos em todos os países europeus filiados da OTAN. Na Itália, por exemplo, tal Exército se chamava Gládio. O maior objetivo comum prevenir a eventual ofensiva soviética que, durante a guerra fria, acabou por não se realizar. Por isso, criava-se a impressão de os Exércitos terem ficado de braços cruzados, sem fazer nada. Mas na realidade não era assim, já que serviam para manipular mudanças do clima político em alguns países."     

Entre estes figuram a França, Bélgica, Suíça, Suécia, Turquia, Itália, Grécia, Áustria, Espanha, Portugal e Finlândia. Uma das tarefas perseguidas por destacamentos secretos era a mudança do rumo político de um ou outro país. Um dos métodos utilizados foram os atos terroristas, adianta o historiador. Neste contexto, propõe examinar algumas explosões que se deram naquela altura. Por exemplo, a explosão de uma bomba na sala de espera da Estação Ferroviária em Bolonha em dois de agosto de 1980 que fez 85 mortos e 200 feridos. Naquele mesmo ano, foram detonados explosivos na festa da cerveja Oktoberfest em Munique.             


O autor da investigação supõe ainda que a atividade dos Exércitos secretos se tenha relacionado, de forma direta, com os atos bombistas citados acima. Os agentes haviam infiltrado em organizações terroristas e se viram obrigados a participar em ações de terror para não serem denunciados.    

"Era uma coisa incrível saber que na Europa o terrorismo fosse praticado através de estruturas públicas! Recorde-se como em 1985, no governo do Presidente socialista Mitterrand, a França procurava realizar testes nucleares num dos atóis do Oceano Pacífico e os ativistas do Greenpeace se dirigiram para lá num barco para impedi-lo. Ao fim e ao cabo, para se livrar deles e efetuar ensaios da bomba atômica, os serviços secretos franceses cometeram um ato terrorista contra a embarcação dos Verdes que vitimou um jornalista. Quanto ao atentado terrorista em Nova York, seria errado supor este ter sido perpetrado pelos serviços especiais norte-americanos e não por Osama Bin Laden. A verdade, pelos vistos, está no meio, ou seja, consiste em que os serviços secretos pudessem ter conhecimento da preparação pela Al-Qaeda de atos terroristas, mas preferiram não o impedir para facilitar o acesso dos EUA às jazidas de petróleo e gás no Médio Oriente."

Com base no livro Exercito Secreto da OTAN, o realizador de cinema Emanuel Amaro filmou um documentário que foi exibido pelas TVs belga, suíça e francesa. A propósito, existe ainda versão cinematográfica dos segredos da OTAN – Daniel Ganser viu protótipo de um destacamento secreto da Aliança numa organização enigmática Treadstone que se encontra atrás das costas de assassinos anônimos dos EUA no famoso filme Identidade Desconhecida.   

Fonte site Voz da Rússia  por Boris Tumanov, Alexander Artamonov

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