Quito, (Prensa Latina) O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou nesta quinta (16) que o julgamento a um jornalista e três diretores do jornal El Universo por insultos abre um precedente neste país e na América.
"Por fim foi posto um freio a um poder que acredita estar acima da lei e com patente de pirata para destruir vidas, pessoas, honras e dignidades", assinalou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira ao concluir a audiência sobre o caso.
Depois de uma prolongada jornada para revisar o procedimento legal contra os demandados, Correa assinalou que teve que tomar essa decisão pessoal devido aos constantes ataques a sua pessoa, a sua dignidade e a sua honra.
O presidente iniciou o processo judicial depois da publicação nesse rotativo nacional de um artigo assinado por Emilio Palacio, onde o acusam de ter ordenado disparar contra um hospital de civis durante a tentaiva de golpe em 30 de setembro de 2010.
Correa afirmou que conhecia o poder que estava enfrentando e o risco para o projeto político, mas não podia suportar tamanha ofensa a sua pessoa por ter sido qualificado de assassino.
"Isto vai mudar a história e vamos entender que a liberdade de expressão é direito de todos", sentenciou.
Além disso, agradeceu o apoio recebido nesta dura luta ao longo de um ano e assinalou que não teria promovido este julgamento se tivesse uma retificação por parte dos implicados.
Mas não o fizeram porque têm que demonstrar que mandam, submetem aos governos e são os poderes dos poderes, explicou.
"Revolução é estabelecer uma mudança nas relações de poder", enfatizou o mandatário ao assinalar que não está contente com essa sentença, mas o processo poderia ter sido evitado.
O mandatário afirmou que os meios privados acham que podem fazer e desfazer, dizer e desdizer, "Chega!", depois indicou que neste caso se sabia que era mentira, mas foi feita uma campanha internacional contra o Governo.
Revelou que existem milhares de denúncias de cidadãos por insultos deste tipo, o que indica que começam a reagir aos ataques.
Correa comentou que neste caso houve muita manipulação ao pretender afirmar que a opinião foi sancionada, mas o que publicaram contra ele é injúria caluniosa e não puderam provar a acusação.
Expressou que com o caso do El Universo se senta um precedente, pois não só deve responder quem escreve, senão os diretores do diário que o publicou.
A uma pergunta da emissora TeleSur, diz já ter proposto esta situação ante a União de Nações Sul-americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), porque a América Latina não tem tempo a perder para mudar estas relações de poder.
Fonte: Prensa Latina
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