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sábado, 11 de fevereiro de 2012

ALBA, mecanismo histórico de solidariedade e cooperação regional.

Caracas - A Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) constitui um mecanismo de solidariedade e cooperação regional sem precedentes que avança no desenvolvimento econômico integracionista e na ampliação de seus membros.

No dia 5 de fevereiro concluiu nesta capital a XI Cúpula do bloco com a solicitação do Suriname e de Santa Luzia para fazer parte da ALBA (integrada por Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Dominica, Equador, São Vicente e as Granadinas e Antiga e Barbuda).

 Ambos os territórios caribenhos deverão atingir primeiro o status de convidados especiais permanentes, condição que ostenta o Haiti. Uma vez cumpridos os diversos trâmites de constitucionalidade, o bloco procederá ao rendimento desses países, a primeira ampliação do grupo desde 2009.

 Estas petições estão estreitamente relacionadas com os claros objetivos do agrupamento, empenhada em conseguir a solidez econômica regional para assegurar o futuro do bloco diante da crise financeira imperante em escala internacional.

 Na opinião da analista internacional Laila Tajeldine, o nascimento da aliança é consequência de uma realidade política, econômica e social da América Latina, que em 2004 lutava por eludir dos tratados de livre comércio.

 O bloco, disse, continuará fortalecendo-se não somente no âmbito político, mas também no econômico, através do Fundo de Reservas do Banco da ALBA, mediante o qual os países membros continuam realizando suas atividades sociais progressivamente.

 Para uma população de pouco mais de 63 milhões de habitantes incluídos neste mecanismo de complementariedade, é vital estabelecer estratégias para manejar uma zona econômica comum.

 Por isso, na reunião de Caracas o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, defendeu a criação do Espaço Econômico da ALBA (Eco-ALBA), a consolidação do Sistema Único de Compensação Regional (Sucre) e o impulsionamento do Banco da ALBA.

 As oito nações da ALBA aprovaram a iniciativa que estimulará o intercâmbio comercial a favor do desenvolvimento dessas nações.

 O novo espaço econômico inclui a formação técnica para elaborar projetos encaminhados ao gerenciamento de empresas e atividades produtivas; e o ordenamento e dinamização das relações econômicas entre as partes, potencializando o processo produtivo e comercial complementar.


 O Eco-ALVA permitirá definir os princípios econômicos que regerão o processo de desenvolvimento compartilhado sob a perspectiva de bloco, o que contribuirá a seu posicionamento a nível internacional.

 Também favorecerá a concretização do uso do Sucre, com o qual se efetuaram seis transações, num valor total de 10 milhões de Sucres, em 2010, e 431 operações no passado ano que somaram 216 milhões.

 A proposta inclui o impulsionamento do Banco da ALBA, ao qual cada membro do organismo destinará um por cento de suas reservas internacionais.

 A Venezuela contribuirá com cerca de 300 milhões de dólares, de acordo com as propostas apresentadas pelo Conselho Econômico da aliança e baseada no nível adequado de reservas internacionais dessa nação, no valor de 27 bilhões de dólares.

 Para Chávez, fundador da ALBA junto ao líder cubano Fidel Castro, é de singular relevância dar prioridade às economias caribenhas por ser as mais vulneráveis, apesar de contar com um grande potencial produtivo, turístico, pesqueiro e agrícola, entre outras de suas riquezas naturais, que precisam de impulso e ajuda financeira.

 Nesse sentido, outro dos principais motores que permitirão o avanço da independência econômica da ALBA e da América Latina, é a Faixa Petrolífera do Orinoco, zona que na opinião do chefe de Estado venezuelano impulsiona atualmente o desenvolvimento integral desta nação sul-americana.

 A respeito, explicou que a Venezuela prevê este ano aumentar a produção petroleira de três para 3,5 milhões de barris por dia, o que permitirá maior flexibilidade para cumprir compromissos com a ALBA e outros programas nacionais e internacionais.

 Em referência a estes temas, o presidente de Cuba, Raúl Castro, considerou que o sucesso da ALBA radica no avanço econômico como região e na verdadeira aliança dos povos independentes.

 "Acho que o trabalho realizado pelas comissões que precederam a cúpula foi muito bom, mas na minha opinião o tema econômico é o mais importante", assinalou o dignatário.

 Os líderes das nações do mecanismo sub-regional, coincidem  em que para concretizar os acordos nesta matéria é necessário conseguir a complementariedade política e a unidade de opiniões entre os territórios da área respeitando as diferenças.

 Nesse sentido, os chefes de Estado e de Governo, tanto membros do bloco como convidados, aprovaram de maneira unânime várias declarações contra as políticas colonialistas de potências ocidentais que tentam obstaculizar a soberania regional.

 Entre elas, o direito inalienável do povo de Porto Rico a sua autodeterminação e sua plena independência; assim como o respaldo à legítima reivindicação da Argentina em defesa de sua soberania sobre as ilhas Malvinas, Geórgias do Sul e Sandwich do Sul e os espaços marítimos circundantes.

 Defenderam manter a zona de paz, mas sem deixar de observar o cenário mundial.

 Os representantes da ALBA e territórios convidados, também aprovaram uma resolução em demanda da libertação imediata dos cinco antiterroristas cubanos condenados nos Estados Unidos.

 O texto denuncia as cruéis condições de encarceramento e as injustas sentenças a que foram submetidos Gerardo Hernández, Ramón Labañino, René González, Antonio Guerrero e Fernando González, que infiltraram-se em grupos da ultradireita radicados em Miami que planificavam ações criminosas contra Cuba.

 Na décima primeira Cúpula da ALBA, também ficou claramente referendada uma condenação aos ataques contra a Síria e aos "atos de violência que grupos armados têm realizado contra a população dessa nação".

 Em um chamado final, o presidente boliviano Evo Morales chamou a manter uma posição comum entre os membros do bloco a fim de assegurar que sejam defendidos os sagrados interesses da América Latina e do Caribe.

 * Correspondente na Venezuela
    Fonte: Prensa Latina

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