Buenos Aires, 21 out (Prensa Latina) A popularidade da presidenta Cristina Fernández de Kirchner para ser reeleita nas eleições de domingo constitui uma conquista proveniente mais dos sucessos do governo do que da mediocridade de seus opositores.
Isso refletem os dados das diferentes pesquisas de opinião em todo o país, que com algumas ligeiras variações a dão como segura vencedora pela aliança Frente para a Vitória (FPV) em um primeiro turno, com cifras que vão de mais de 55 a 49,1 dos votos.
Embora não seja exorbitante esse respaldo, o que dá a verdadeira dimensão de sua vantagem sobre os opositores é precisamente a larga margem que a separa deles.
Seu mais próximo rival, o socialista Hermes Binner, da coalizão Frente Ampla Progressista (FAP), não ultrapassa em nenhuma das quatro principais pesquisas 17 por cento das intenções.
O terceiro posto é disputado pelo peronista Alberto Rodríguez Saá (Compromisso Federal) e pelo radical Ricardo Alfonsín (União para o Desenvolvimento Social), com indicadores entre 10 e 13 por cento, mas aqui o inédito é a queda em saltos do radicalismo, considerada durante anos a segunda força política do país e que na atual disputa pode terminar na quarta posição.
A outra facção do peronismo (além das de Fernández de Kirchner e Rodríguez Saá) é liderada pelo ex-presidente Eduardo Duhalde, que se move entre o quarto e o quinto lugar.
Enquanto isso, a sempre estridente e apocalítica Elisa Carrió (Coalizão Cívica) se localiza em um afastado sexto lugar, com até quatro por cento no máximo, e poderia ser superada por Jorge Altamira, candidato da atomizada esquerda argentina.
Um bom indicador da qualidade da oposição, que se dedicou a insultar o gerenciamento da presidenta em lugar de formular suas próprias políticas, é dado por uma das pesquisas na qual 63,5 por cento dos interrogados responderam que não possui um programa alternativo de governo contra 22,9 que opina o contrário.
Quanto a como se vislumbra o futuro do país para 2012, 40,9 por cento opinam que se manterá igual e 34,3 pensam que melhorará, enquanto os céticos compreendem 18,3 por cento.
No referente à situação pessoal, só 6,7 por cento opinam que piorará, contra 42,0 que acreditam que melhorará e 46,4 para os quais seguirá igual.
Os críticos da presidenta na oposição vão desde aqueles que nada bom encontram em seu modelo de condução até os que reconhecem alguns avanços, mas acham que se pode fazer bem mais com os recursos de que dispõe o país.
Nisso podem ter razão, mas os setores menos favorecidos da sociedade contam, e eles opinam que a ajuda universal por filhos, o aumento das pensões aos aposentados, a estabilidade frente à crise econômica mundial e a recuperação do papel social do estado, entre outros, foram passos positivos de muito impacto.
A incapacidade (ou impossibilidade) de seus rivais de opacar essas realidades e oferecer algo melhor para obter o respaldo popular são os elementos que viraram a balança para a preferência dos eleitores por uma nova oportunidade à presidenta ante suas reiteradas promessas de aprofundar o modelo.
É disso que se trata, porque não se consegue satisfazer as expectativas da grande maioria dos 40 milhões de argentinos o futuro da força política que representa poderia ser pouco favorável.
mv/rmh/es
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