Ivan Valente- O debate sobre
autonomia do Banco Central do Brasil ganhou as manchetes dos noticiários. Então
é bom lembrar de alguns de seus aspectos.
Tucanos sempre defenderam
entregar logo para os banqueiros a direção da política monetária e os rumos da
economia. Hoje, seus principais economistas são banqueiros ou executivos do
capital financeiro e da especulação. Só não decretaram oficialmente a autonomia
do Banco Central por falta de coragem ou oportunidade.
Já Lula inaugurou seu governo, em
2003, colocando na direção do Banco Central Henrique Meirelles, tucano diretor
do Bank of Boston. Só não consumou a autonomia do BC por resistência, à época,
no próprio PT.
Agora Marina, com assessores como
Gianneti da Fonseca e André Lara Resende, resolve escancarar a proposta, para
eliminar qualquer resistência do mercado financeiro à sua candidatura, e
defende a autonomia de direito do Banco Central.
É cômico, se não fosse trágico,
portanto, o embate televisivo feito pelas candidaturas em torno desta questão.
De um lado, Marina acusa Dilma de criar “a bolsa banqueiro”. De outro, Dilma
diz que não é sustentada por banqueiro, em referência a Neca Setubal, uma das
donas do Itaú, coordenadora de campanha de Marina.
A verdade é que a autonomia do
Bando Central já existe na prática. A diferença é que, transformá-la em lei,
como propõe Marina, significa impedir que, em outro governo e com outra
correlação de forças, seja possível escapar do engessamento das imposições dos
bancos e do capital financeiro.
Como disse Lula, nunca os
empresários e os banco ganharam tanto. Mas continuam mal agradecidos e querendo
mais. É que o mercado fica nervoso com certas instabilidades.
A questão é saber quando o povo
excluído ficará nervoso também com tanta desfaçatez.
Fonte: site Psol
Nenhum comentário:
Postar um comentário