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domingo, 7 de julho de 2013

Pesquisa cearense identifica mecanismo do câncer de medula e relaciona anomalia com agrotóxicos


Conforme Pinheiro, outros estudos  já vinham tentando relacionar o uso de agrotóxicos e as mutações genéticas capazes de provocar o câncer. Ele analisa, no entanto, que as avaliações anteriores eram feitas com base em cromossomos retirados do sangue de outras partes do corpo, que não a medula, e por isso os resultados não eram satisfatórios.



Ceará Científico- A pesquisa oncológica do Ceará tem mais um motivo para se orgulhar.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) identificaram alterações genéticas que podem levar ao câncer de medula óssea, caso não sejam diagnosticadas precocemente. As mutações foram relacionadas à exposição de agrotóxicos.

De acordo com nota oficial da universidade, “o trabalho foi feito com 50 agricultores do município de Limoeiro do Norte, a 167 km de Fortaleza, expostos a grandes volumes de agrotóxicos devido ao cultivo da banana, um dos principais produtos agrícolas da região.”

Ainda segundo o comunicado,  ”ao investigarem a estrutura de cromossomos coletados diretamente na medula dos trabalhadores, os pesquisadores verificaram a existência de mutações genéticas graves em 25% dos casos, percentual considerado alarmante”. O método é inédito.

Cinco cromossomos alterados após exposição a agrotóxicos

Os cientistas cearenses identificaram alterações nos cromossomos 5, 4, 7 e 11, num quadro semelhante ao de pacientes com leucemia.

Dos 50 agricultores examinados, sete também apresentaram mutação no gene TP53. Os resultados foram obtidos a partir do mestrado de Luiz Ivando Pires, sob a orientação do pesquisador Ronald Pinheiro, do Laboratório de Citogenômica do Câncer.

Conforme Pinheiro, outros estudos  já vinham tentando relacionar o uso de agrotóxicos e as mutações genéticas capazes de provocar o câncer. Ele analisa, no entanto, que as avaliações anteriores eram feitas com base em cromossomos retirados do sangue de outras partes do corpo, que não a medula, e por isso os resultados não eram satisfatórios.

Segundo Pinheiro alerta ”essas alterações aparecem antes de o câncer se manifestar. Se a gente retira as pessoas dessa exposição ao agrotóxico, pode evitar que ela desenvolva a doença. Se ela continuar, ficar doente é questão de tempo”. Para o cientista, o uso de materiais de proteção, como luvas e máscaras, pode amenizar os efeitos da exposição de agrotóxicos.


Em abril, o Diário do Nordeste publicou o especial “Viúvas do Veneno”, alertando para o drama de quem perdeu parentes vítimas de doenças relacionadas a esse tipo de substância.

Detalhas da pesquisa serão apresentados na segunda-feira

Os resultados do estudo serão detalhados na próxima segunda-feira (8), às 14h, no Auditório Paulo Marcelo (Campus do Porangabuçu).

A defesa da dissertação (que motivou a pesquisa) do mestrando Luiz Ivando, intitulada “Estudo das alterações citogenômicas da medula óssea de trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos”, é aberta ao público.

A pesquisa é patrocinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Com Informações: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC

Fonte: Ceará Científico-

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