A postura vacilante do governo da
Frente Popular em relação a liberdade de Battisti, primeiro com a posição contrária
de Tarso e depois com a decisão de Lula tomada covardemente no último minuto do
seu mandato, alimentou em muito as expectativas da direita recalcitrante em
reverter a permanência de Battisti no Brasil. A tendência do PIG é explorar a
questão no período eleitoral de 2014, exigindo da candidata Dilma uma “posição
firme” pela expulsão de Battisti.
blog LBI- A decisão do ex-presidente Lula,
tomada no último minuto do seu segundo governo, de conceder um indulto ao
ex-ativista italiano e preso político (no Brasil) Cesare Battisti, não foi
digerida pelas forças mais reacionárias do país e em particular pelo PIG
“vanguarda” na campanha pela sua extradição para a Itália. Agora a reação volta
a carga contra Battisti fazendo com que o STJ decida condená-lo por
falsificação de documentos do serviço de imigração brasileira. Trata-se de uma
verdadeira chicana jurídica, totalmente à revelia da jurisprudência democrática
e dos direitos civis. A decisão da permanência definitiva de Battisti coube a
Lula depois de uma longa batalha judicial, na qual o governo imperialista
italiano mobilizou todos os recursos possíveis no Brasil para a deportação do
ex-dirigente comunista acusado injustamente de cometer “crimes de sangue” em
seu país de origem.
Primeiro Battisti teve cassada pelo STF sua
condição de refugiado político, concedida inicialmente pelo CONARE com o voto
contrário do então ministro da justiça Tarso Genro. Depois o próprio STF, então
presidido pelo facínora Gilmar Mendes, deliberou por pequena maioria acatar o
pedido de extradição de Battisti, feito pelo governo Berlusconi. A decisão
final da entrega de Battisti a Itália coube ao presidente da República, que
resolveu seguir o parecer da AGU indicando que o preso poderia sofrer
perseguição da justiça italiana em função do seu passado comunista. Apoiando-
se no artifício legal que Battisti não possui mais a condição permanente de
refugiado político no Brasil e sim de indultado pela gestão anterior da
presidência, o STJ finalizou um outro processo de extradição (agora por
falsificação de documentos públicos) que deverá desembocar novamente no STF.
A manobra da reação consiste em
reabrir na mídia burguesa o “caso” Battisti, tratado pelo PIG como um perigoso
terrorista vivendo em território brasileiro. Como a condenação de Battisti deve
seguir para o STF, agora presidido pelo “herói” nacional Barbosa, o PIG espera
que seus “funcionários” da alta corte decidam mais uma vez entregar o “símbolo
do terrorismo comunista” para ser penalizado com a prisão perpétua na Itália.
Seguindo a estratégia da reação a “batata quente” cairia no colo de Dilma para
outra “decisão final”, que acossada pelo PIG neste momento delicado por que
passa o pais, decidiria por consumar a deliberação do STF.
A postura vacilante do governo da
Frente Popular em relação a liberdade de Battisti, primeiro com a posição contrária
de Tarso e depois com a decisão de Lula tomada covardemente no último minuto do
seu mandato, alimentou em muito as expectativas da direita recalcitrante em
reverter a permanência de Battisti no Brasil. A tendência do PIG é explorar a
questão no período eleitoral de 2014, exigindo da candidata Dilma uma “posição
firme” pela expulsão de Battisti. Mas para chegar até a presidência o “caso
Battisti” passará pelo STF, onde o atual presidente da corte votou
anteriormente em favor de Battisti. O PIG espera-se agora que Barbosa retribua
os “favores recebidos”, e que também na condição de potencial candidato à
presidência da república ceda as chantagens da mídia votando pela condenação de
Battisti.
Nós da LBI fomos uma das
organizações de esquerda que lideramos em 2010 a campanha pela concessão do
asilo definitivo a Battisti. Desgraçadamente, a totalidade do arco revisionista
ausentou-se da campanha em defesa do ex-dirigente comunista do PAC, chegando ao
ponto de corroborar com a versão “murdochiana” de que Battisti era realmente um
“assassino” e portanto deveria ser julgado pelo justiça do imperialismo
europeu. Esta foi a vergonhosa posição do PSTU, que “honrando” suas “tradições”
antileninistas defende a entrega de militantes de outras correntes oponentes para
os braços da repressão do Estado capitalista. Diante das ameaças a tarefa da
defesa de Battisti coloca-se novamente vigente, exigindo da esquerda
revolucionária uma firme posição diante do movimento de massas, em particular
as mobilizações de rua que devem levantar a bandeira internacionalista do fim
da perseguição política ao conjunto de militantes comunistas em todo mundo!
Fonte: site blog LQI QI
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