Mais uma vez, interesses de um
grupo de parlamentares impediram a instalação de comissão para acompanhar o
conflito no Mato Grosso do Sul
A criação de comissão externa para acompanhar
o conflito entre indígenas e fazendeiros, que ocorre em Sidrolândia, no Mato
Grosso do Sul, está sendo barrada na Câmara dos Deputados. O requerimento foi
novamente apresentado pelo líder do PSOL, deputado Ivan Valente, na sessão de
ontem (11), e desta quarta-feira (12), mas não foi votado devido à obstrução de
vários partidos.
A movimentação dos deputados contrários à
instalação da comissão externa tem origem na bancada ruralista, em particular a
do PMDB. “Eles não têm interesse de que uma comissão parlamentar interceda
nesse conflito, porque de um lado estão as lideranças indígenas e do outro as
lideranças do agronegócio”, disse o deputado Ivan Valente. “É espantoso que
partidos, inclusive alguns que têm até tradição de defesa da causa indígena,
recusem uma Comissão Externa, com prazo determinado e composição plural, para
verificar uma questão dessa gravidade. Nós estamos renunciando às nossas
atribuições”.
Desde o dia 15 de maio último, 1.600 índios
ocupam quatro fazendas na região de Sidrolândia, a 70 km da capital, Campo
Grande. No dia 30, um indígena morreu. Cinco dias depois, a reintegração de
posse foi suspensa por decisão do Tribunal Regional Federal 3ª Região. Desde o
dia 4 de junho, a Força Nacional está na região.
“O PSOL quer dizer que não tem receio de ir lá
discutir abertamente numa comissão suprapartidária, para buscar soluções,
esclarecer, politizar e dar uma solução concreta para a grande crise que se
está avizinhando. Esta é uma questão de Estado, mas não somente do Estado de
Mato Grosso do Sul. É do Estado nacional brasileiro. Essa é uma questão que,
uma vez ali resolvida, vai ter reflexo para o Brasil inteiro”, argumentou Ivan
Valente.
Fonte: Liderança do PSOL na
Câmara
Nenhum comentário:
Postar um comentário