
Seis estudantes presos durante uma manifestação continuam detidos. Dois advogados também. Em protesto os estudantes ocuparam a reitoria e afirmam "Permanecemos na reitoria, pois a comunidade acadêmica não deve se calar"
PCO-A truculência da polícia
militar contra dezenas de estudantes da Universidade Federal do Mato Grosso
(UFMT) que protestavam causou grande revolta. Mais de dez ficaram feridos pelas
balas de borracha atiradas de uma pequena distância e seis foram presos. As
fotos dos estudantes presos na cela evidenciam a brutalidade com que foram
agredidos. Um dos estudantes recebeu mais de 10 balas no peito e continua
sangrando na prisão.
Uma universitária de 49kg teve o
pulso quebrado e terá que fazer cirurgia em além de precisar colocar pino e
fazer fisioterapia.
Os advogados Ioni Ferreira Castro Associação
dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat) e Marco Antônio
um criminalista foram detidos na tarde do dia 6 de março pela Polícia Militar
após pedirem para acompanhar os estudantes universitários presos para a
confecção do Boletim de Ocorrência.
“Só se via ações truculentas como essa em
tempos de ditadura militar. Este é um atentado violento contra o Estado
Democrático de Direito. A Constituição da República garante em seu artigo 5º, a
livre manifestação, a liberdade de expressão sem censura e independente de
licença. Esse fato abre precedente para abusos. Não se bate em estudantes
porque simplesmente estavam protestando contra algo e, pior ainda, não se detém
advogados que estão exercendo a defesa de cidadãos, como aconteceu na noite
passada. São atitudes lamentáveis”, afirmou o presidente da OAB/MT, Maurício
Aude.
A manifestação foi organizada pelos estudantes
contra o despejo de 50 alunos das Casas do Estudante Universitário. A reitoria
da universidade decidiu fechar as cinco Casas de Estudante Universitário (CEUs)
sem apresentar nenhuma alternativa para esses moradores.
O número de vagas já é restrito. Não atende
nem 1% dos mais de 10 mil alunos e a reitoria decide fechar essas casa e
despejar os estudantes.
O protesto com cerca de 50 estudantes foi
iniciado por volta das 13h30 da quarta-feira. Os estudantes partiram do
Restaurante Universitário (RU) localizado dentro da UFMT e se dirigiram à
Avenida Fernando Corrêa da Costa. Os estudantes informaram ainda que tentaram
marcar uma reunião com a reitora Maria Lúcia Cavalli para discutir a questão e
não conseguiram.
Em frente ao campus universitário, os
estudantes foram atacados pela ROTAM -Rondas Ostensivas Tático Móvel com o
tratamento conhecido pela população com tapas no rosto, agressões verbais e
balas de borracha a queima roupa. Segundo a imprensa a própria reitoria chamou
a PM para reprimir a manifestação.
Em seguida foram levados para o CISC (Centro
Integrado de Segurança e Cidadania) Planalto, onde estão desde o fim da tarde
de ontem.
Os estudantes conseguiram filmar a truculenta
ação da polícia e foi o que garantiu que todos vissem o que de fato ocorreu.
Nesta quinta-feira os estudantes realizaram um
grande ato pela cidade e foram até a reitoria da UFMT ocupando o prédio contra
a reitoria e a repressão policial.
Fonte: site PCO
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