Damasco- A Síria denunciou hoje a
sincronização do recente massacre na cidade de Houla com a visita do enviado da
Liga Árabe e da ONU, Kofi Annan, para verificar a marcha de seu plano de seis
pontos sobre uma solução política à crise.
Durante uma conferência de imprensa o porta-voz do Ministério de
Exteriores e Emigrados, Jihad Makdesi, chamou a atenção sobre a "suspeita
sincronização dos ataques contra a população civil com a chegada de Annan".
É um golpe contra o processo político,
sustentou depois de sublinhar que "a metodologia de assassinatos brutais
não faz parte das éticas do exército sírio e quem está matando não é o exército
sírio regular, senão grupos terroristas armados".
Makdesi questionou "a ligeireza com que
se acusa às forças do governo" do massacre perpetrado na sexta-feira em
Houla, no centro do país, onde perderam a vida mais de 90 civis, incluídas
crianças. Esclareceu que o sucedido não favorece os interesses do Estado sírio.
"Não podemos negociar com o sangue de nossos filhos, da mesma forma que
não pode ser justificado o uso de armas contra o prestígio do Estado por mais
desculpas políticas que tenham", disse.
O porta-voz do governo sírio destacou que
desde que seu país acolheu o plano da ONU aumentaram as ações dos grupos
terroristas, porque, indicou, não desejam que este programa tenha sucesso.
As violações documentadas contra a iniciativa
de Annan são mais de 3.500, assegurou.
Não deixaremos que os grupos terroristas se
beneficiem desta situação de crise por mais que se estendam os confrontos,
advertiu em aparente referência às reivindicações da população para que o
governo responda com mão de ferro aos ataques das bandas armadas.
A declaração das autoridades sírias coincide
com apressadas condenações de vários porta-vozes de países ocidentais,
encabeçados pelos Estados Unidos, e algumas monarquias árabes que assinalam a
suposta responsabilidade de Damasco com o massacre de civis em Houla.
Fonte: Prensa Latina
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