Integrante da geração de artistas
surgidos na década de 1940, no Paraná, Poty Lazzaroto tornou-se um dos mais
destacados ilustradores do País. Uma mostra representativa de seu trabalho está
agora em cartaz na capital paranaense
Um dos mais destacados
ilustradores brasileiros, Poty Lazzarotto, está com seus trabalhos expostos
atualmente no Museu Oscar Niemeyer.
O paranaense que se destacou
principalmente pelas ilustrações que realizou para romances, livros de contos e
poesia a partir da década de 1940. Sua atividade, porém, se estendeu mais parte
para o terreno das pinturas murais, executando obras em baixo relevo e azulejos
em fachadas de edifícios e monumentos públicos.
A exposição agora organizada em
Curitiba apresenta uma reunião bastante vasta dos trabalhos de Poty, com um
total de 800 obras, que acompanham todas as metamorfoses dos desenhos do
ilustrador, desde os desenhos da juventude, passando pelas suas primeiras
ilustrações em livros e os desenhos que produziu para a revista Joaquim –
criada por Dalton Trevisan –, entre outros, incluindo as centenas de gravuras que
o artista realizou ao longo de cerca de 50 anos de atividade.
Entre os destaques da exposição
estão trabalhos nunca expostos antes em público, como os desenhos que o artista
executou em sua viagem ao Parque do Xingu, além de fotografias também inéditas
e outros materiais pessoais.
Poty, de todos nós inclui ainda
os estudos preparatórios executados por Poty na elaboração de seus projetos
monumentais.
A exposição ocupa o todo salão
principal do Museu Oscar Niemeyer, o espaço Olho, e permanecerá em cartaz até
dia 5 de agosto.
Breve retrato de Poty
Estudante da Escola Nacional de
Belas Artes, no Rio de Janeiro, o primeiro trabalho significativo de Poty não
estava ligado ao desenho, mas à literatura. Foi a publicação, em 1938, ainda
aos 14 anos, de uma novela em seis capítulos para o jornal paranaense Diário da
Tarde.
Poty descobriu o gosto e pela
ilustração apenas em 1943, quando realizou diversos desenhos para o livro Lenda
da Herva Mate Sapecada, de Hermínio da Cunha César.
Em 1946, o ilustrador tomou parte
também no projeto da revista Joaquim, criada por Dalton Trevisan. Ele foi um
colaborador ativo e assinou desenhos presentes em todos os números da revista
nos dois anos em que ela circulou. Joaquim foi uma das mais importantes
iniciativas literárias do Paraná, atraindo, como colaboradores, dezenas de
nomes significativos das artes e da literatura do período, como Di Cavalcanti,
Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade, além de críticos literários como
Otto Maria Carpeaux e Antônio Cândido. Além de autores nacionais, Joaquim
também publicava traduções inéditas de autores estrangeiros, tais como Kafka,
Proust, Joyce, Gide e Sartre, entre outros.
Nos anos seguintes, Poty
trabalhou como ilustrador de artigos de diferentes jornais e revistas, e foi
também a partir desse período que ele desenvolveu seu trabalho como ilustrador
de livros, atividade que era muito difundida entre as décadas de 1960 e 70.
Nesses anos ele ilustrou obras de José de Alencar, Machado de Assis, Antônio de
Alcântara Machado, Raul Bopp, Guimarães Rosa, Gilberto Freire, Jorge Amado,
Raquel de Queiroz e Dalton Trevisan, entre outros.
Foi também entre as décadas de
1950 e 60 que Poty começou a executar encomendas de murais para monumentos.
Entre os inúmeros projetos em que tomou parte, destaca-se o mural que ele
realizou na sede da UNE – União Nacional dos Estudantes, com tema baseado na
obra O processo, de Kafka. O mural acabou destruído pelos militares após o
Golpe.
Outros murais importantes de Poty
são o da fachada do Teatro Guaíra, o mais importante de Curitiba; o mural da Praça
19 de Dezembro, também na capital paranaense; e um painel para o Memorial da
América Latina, em São Paulo, cuja arquitetura foi concebida por Oscar
Niemeyer.
Fonte site PCO
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