Por Altamiro Borges
Na quinta-feira, a "insuspeita" Anistia Internacional divulgou que as milícias armadas que derrubaram e mataram o ex-presidente Muamar Kadafi, com a ajuda indispensável dos misseis da Otan e dos mercenários dos EUA, estão totalmente "fora de controle”. Segundo a organização, "há um ano, os líbios arriscaram a vida para exigir justiça. Hoje, as suas esperanças se vêem prejudicadas por milícias armadas ilegais que pisoteiam os direitos humanos com impunidade".
Segundo o relatório, as gangues apoiadas pelas potências capitalistas efetuam prisões ilegais, torturam e matam pessoas suspeitas de serem simpatizantes de Kadafi. A Anistia Internacional visitou 11 presídios no centro e no oeste da Líbia durante janeiro e o início deste mês. As prisões são usadas pelas milícias e a organização coletou relatos de inúmeros detentos que foram torturados e maltratados nos locais.
Torturas e mortes com impunidade
Desde setembro passado, houve a confirmação de apenas 12 mortes nas prisões comandadas pelas milícias. O governo fantoche da Líbia não iniciou qualquer investigação sobre os assassinatos. A Anistia Internacional culpa o CNT (Conselho Nacional de Transição) por não combater as violações de direitos humanos. A impunidade garante a ampliação da barbárie no país.
Em janeiro, a organização Médicos Sem Fronteira (MSF) já havia anunciado que encerraria seu trabalho em prisões da cidade de Misrata. Ela constatou que o governo líbio torturava os presos. Desde agosto passado, a organização já havia tratado de 115 presos torturados. Em pronunciamento oficial, ela afirmou que as autoridades do país não tomaram providências contra os abusos.
Oito mil prisioneiros
"Algumas autoridades tentaram obstruir o trabalho médico do MSF. Pacientes eram trazidos para serem tratados entre os interrogatórios para que estivessem em forma para a próxima sessão. Isso é inaceitável. Nosso papel é oferecer cuidado médico em casos de guerra e presos doentes, não tratar repetidamente dos mesmos pacientes entre sessões de tortura", afirmou o diretor geral da MSF, Christopher Stokes.
Segundo a ONU, cerca de oito mil simpatizantes de Kadafi foram presos durante os confrontos no país - além de milhares de mortos, a maior parte atingida pelos misseis da Otan. A situação dos prisioneiros é de total desrespeito aos direitos humanos. "A falta de controle por parte das autoridades centrais criam um ambiente propício para a tortura e os maus tratos", alerta Navi Pillay, a alta comissária da ONU para Direitos Humanos.
Os mercenários da mídia
A mídia imperial e seus satélites colonizados, que deram total apoio às milícias e aos bombardeios das potências capitalistas, agora estão em silêncio. Pouco ou nada falam sobre as torturas e mortes patrocinadas pelos mercenários que agora comandam a Líbia. Cadê o Jornal Nacional da TV Globo com suas matérias sensacionalistas sobre os direitos humanos no país? Cadê o Estadão e a Folha com seus editoriais raivosos contra a ditadura líbia?
De fato, não há muita diferença entre os mercenários líbios, apoiados pelos EUA e pela Europa, e os mercenários da mídia! Eles cobiçam as mesmas riquezas e defendem os mesmos interesses do capital!
Fonte: reproduzido site IrâNews
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