Quando assassinaram Che Guevara a rebeldia latino-americana
acabou?
Pensam suprimir a dignidade de Nossa América assassinando
Alfonso Cano? Esta é "a paz" do genocida Santos? O que dirão os
hipócritas "estadistas" que o abraçam sorrindo, em nome do
"realismo diplomático"?
Que Santos não se esqueça....
Depois da morte de Carlos Fonseca, principal líder e
fundador da guerrilha da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), a
insurgência da Nicarágua derrotou o vergonhoso regime de Somoza e triunfou a
revolução.
O mesmo aconteceu no Vietnã, com a morte de Ho Chi Minh. Há
poucos anos, militares e assessores ianques tiveram que se retirar do sudeste
asiático com o rabinho entre as pernas, derrotados e humilhados, quando antes
se sentiam amos e senhores do povo vietnamita.
Em numerosos países e sociedades, o assassinato dos líderes
populares não impediu o triunfo da rebeldia organizada, quando esta contou com
uma proposta estratégica de poder. É preciso aprender com a História.
Constitui-se pura ilusão, superficial, ignorante e banal, a
crença da classe dominante colombiana (compartilhada por seus mestres gringos
do norte) de que a morte de um líder guerrilheiro possa acabar com um processo
de luta de massas que permanece ativo, com décadas de confrontação. Estão
gravemente equivocados se pensam em submeter a insurgência pela via militar.
Porém, os relatos auto-legitimadores da classe dominante
colombiana (e seus monopólios de informação que funcionam como correias de
transmissão em suas operações de guerra psicológica) defendem essa lógica como
verdade absoluta. Falam de si mesmos. Olham-se no espelho e se auto-convencem
para aplacar seus medos.
Há poucos dias, uma multidão enorme de milhares e milhares
de estudantes rebeldes colombianos tomou de assalto as principais cidades do
país, em defesa da educação pública e gratuita. E o fizeram desafiando a
polícia e outras forças anti-motim. O mesmo aconteceu com o movimento indígena
e popular, que já começa a levantar-se, cada vez mais organizado.
A oligarquia aburguesada da Colômbia acredita que
assassinando Alfonso Cano, principal líder das Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) vai conseguir calar todo esse
movimento popular de massas (de onde é parte a insurgência).
Que ilusão! Quanta ingenuidade!
Sabemos bem quem é Santos. Conhecemos seu rosto cínico,
lascivo, depravado e anormal, quando se deixou fotografar ao lado de outros
cadáveres insurgentes. Só um perverso, um depravado pode festejar a morte dessa
maneira e com esse tipo de sorriso. Mesmo a morte de inimigos. Vimos essas
fotografias no passado, quando ele era Ministro de Defesa. Nós o conhecemos
bem. Bem até demais...
O que interessa aqui não é a opinião desse perverso, mas sim
o estado de espírito dos povos e das massas populares, principalmente da
juventude. Do povo colombiano e dos povos de Nossa América. Os povos sabem
perfeitamente bem que, mesmo quando morreu Simón Bolívar, a luta, longe de
apagar-se, continuou durante dois séculos. O mesmo ocorreu, anteriormente, com
Tupác Amaru e Tupác Katari.
Quando assassinaram José Martí, Cuba continuou lutando até
derrotar definitivamente os impérios que a subjugaram. Acabou a luta com a
morte de Martí? Ninguém, exceto um ignorante (por mais dinheiro que tenha,
continua sendo um ignorante), poderia acreditar que, com o cadáver de Martí, a
luta do povo cubano tenha acabado.
Poderíamos recorrer a cada um de nossos países, cada uma de
nossas sociedades, cada uma de nossas histórias, e os exemplos se
multiplicariam infinitamente.
"Triunfar ou servir a outras bandeiras. Até depois de
mortos seremos úteis", previu Julio Antonio Mella, pouco antes de cair
assassinado no México. E teve razão. O mesmo acontecerá com o companheiro,
camarada e comandante Alfonso Cano, líder da insurgência colombiana. Podem
fazer o que quiserem com o cadáver. Com o cadáver de Che Guevara cortaram as
mãos e o enterraram num túmulo para indigentes. Assim pensavam terminar com o
exemplo do Che! Podem manipular o corpo de Alfonso Cano. No entanto, com o
exemplo de Alfonso, não poderão fazer nada.
E os presidentes da América Latina? Seguirão apertando a mão
assassina deste personagem sinistro, deste empresário milionário que, como
Ministro de Defesa de Uribe, assassinou milhares de pessoas, jogando-as como se
fossem animais em túmulos sem identificação; o maior cemitério de indigentes de
todo o continente, superior aos das ditaduras militares do Chile, da Argentina,
do Peru ou da Guatemala nos anos 70. Encontraram-se há pouco tempo na Colômbia
2.000 cadáveres, correspondentes aos assassinatos do período de Santos como
Ministro da Defesa.
Seguirão falando da "governabilidade" continental
sem ficarem ruborizados? Continuarão entregando revolucionários ao carniceiro
Santos, violando todo o direito internacional, com cara de feliz aniversário?
E os jornalistas? Poderão continuar escrevendo alegremente
que na Colômbia existe «democracia»? Não será a hora de rebelar-se contra esse
controle militar da informação?
E os acadêmicos? Por que na hora de escrever e analisar as
lutas e "novas experiências" de Nossa América mencionam unicamente
Cuba, Venezuela e Bolívia (quando muito acrescentam o Equador)? Por que os
acadêmicos se fazem de desentendidos com as lutas populares da Colômbia? Será
talvez porque na Colômbia a luta armada continua se desenvolvendo e essa
temática não está permitida no núcleo duro dos programas acadêmicos? Talvez
analisar a luta armada da Colômbia se torne um obstáculo para o recebimento de
bolsas de pesquisa e subsídios? Os acadêmicos começarão a incluir a Colômbia
entre os estados que praticam políticas de Estado genocidas ou continuarão
fazendo-se de desentendidos?
Em uma palavra: depois do assassinato do líder insurgente
Alfonso Cano, quem poderá se fazer de ingênuo, dizendo que Santos é diferente
de Uribe?
Apelamos aos jornalistas que acreditam sinceramente na
liberdade de expressão, aos acadêmicos dignos que não se deixam humilhar,
inclusive aos políticos que, mesmo sem compartilhar do projeto da guerrilha,
não estão dispostos a se sujarem, apertando a mão sangrenta de Santos.
Que ninguém se engane. A luta segue. Aqui não se terminou
nada.
Em algum momento se pagarão pelos crimes.
Anastasio Somoza também se sentia poderoso, soberbo e
inexpugnável... Mesmo assim terminou.
do sitio Rosa
Blindada - por Marcelo Sepúlveda Araujo
Fonte em português: PCB
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