Imprensa PT ALESP
Os deputados do PSDB Analice Fernandes, Carlão Pignatari e Celso Giglio se retiraram da audiência pública em defesa do SUS que aconteceu nesta terça-feira (25/10) na Assembleia Legislativa. Quando representantes de entidades ligadas à saúde falaram sobre os baixos salários que o governo do Estado paga a esses profissionais, os deputados tucanos fugiram do diálogo e foram vaiados pelo público presente.
O presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes, lamentou a postura antidemocrática dos parlamentares. Ao apresentar o demonstrativo de pagamento de um médico do Estado que, por 20 horas semanais, recebe pouco mais que R$ 511,00, Carvalhaes afirmou que “quem oferece essa remuneração não pode estar comprometido com a saúde pública”. O médico ainda criticou o descumprimento, por parte do Estado de SP, da aplicação obrigatória de 12% do Orçamento na saúde.
Já o presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, Renato Azevedo, lembrou que a audiência pública acontecia em um dia de mobilização nacional. Em pelo menos 21 Estados, houve protestos ou suspensão do atendimento em unidades de saúde, com participação de 100 mil profissionais.
No Estado de São Paulo, consultas eletivas foram suspensas nos hospitais Emílio Ribas, Servidor Público Estadual e no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. O "Movimento Saúde e Cidadania em Defesa do SUS" conta com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), entre outras entidades.
Para Azevedo, o SUS é a maior conquista do povo brasileiro dos últimos 100 anos e apelou ao governo do Estado que crie um plano de carreira para os médicos, com salários compatíveis. “Tem que acabar com essa história que para o médico o serviço público seja um bico”, afirmou.
Apelando mais uma vez ao governo do Estado, Azevedo solicitou que as reivindicações dos médicos de Ribeirão Preto, que estão em greve há 118 dias, sejam atendidas.
O deputado do PT Gerson Bittencourt também se solidarizou com os médicos grevistas. “É uma pauta justa e adequada, que poderia ter sido resolvida pelo governo do Estado”, disse o parlamentar.
Os médicos do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto pedem equiparação salarial. Hoje, profissionais concursados recebem menos do que contratados pelas Organizações Sociais (OSs) pela mesma função.
Para o deputado do PT Edinho Silva, uma OS não acumula saber, conhecimento. A relação do profissional da OS não é de construção do SUS. E ainda completou: “Para aqueles que querem usar as debilidades do SUS como argumento para se privatizar o sistema, temos que dizer não”.
Muitos dos presentes citaram o financiamento como uma das maiores fragilidades do SUS. Mas o deputado Gerson Bittencourt acrescentou: “São necessários mais recursos nas três esferas de governo. Mas, sobretudo, faz-se necessária uma melhor gestão desses recursos”.
Para o presidente da Comissão de Saúde, o deputado do PT Marcos Martins, o SUS é um patrimônio do povo brasileiro, que precisa ser valorizado, preservado e defendido.
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