O episódio das emendas envolvendo a base aliada do PSDB de São Paulo que se arrasta para, muito provavelmente, chegar a lugar nenhum, demonstra o caráter extremamente nocivo e prejudicial que o parlamento paulista lega aos cidadãos do país. A grande imprensa é co-responsável, e em determinadas circunstâncias, colaboradora direta desse tipo de expediente condenável. A mais recente divulgação do wikikeaks , citando o nome de funcionários da rede Globo, como espias de interesses estrangeiros nocivos ao país, reforça profundamente esse tipo de cenário virulento, essencialmente imoral e inaceitável.
A “grande” imprensa brasileira ainda não se mostrou totalmente a que veio. Coisas muito piores virão.
Este fenômeno desprezível, todavia, serve de alerta, se é que ainda há tempo, para que as perspectivas de centro esquerda, então representadas pelo bloco de oposição ao governador Geraldo Alkimin e seus asseclas do parlamento , reportem ao pragmatismo, então levado a cabo por estes –referência esta feita ao bloco de oposição formado pelo bloco de centro esquerda- que os têm levado a se constituírem como críticos desse modelo de gestão que tanta repulsa e maldade provoca a população do estado de São Paulo. O posicionamento, na maioria das vezes , assaz oblíquo da esquerda com relação ao modus operandi da direita, que em São Paulo remonta há décadas, sugere que muitas coisas precisam ser alteradas.
Não faltaram questionamentos, muito freqüentes e nada intempestivos que procuraram ressaltar e anunciar problemas que poderiam advir dessa conduta tênue e, em muitas ocasiões, contemplativa da oposição aos tucanos na Alesp.
O caminho do êxito triunfante é, quase sempre, o caminho das tentativas e de seus erros, e o investigador deve sempre estudar os seus próprios métodos de investigação. A necessidade de uma revista na forma de tentar conter os avanços, sim, obviamente deletérios, dos tucanos e seus planos de exclusão de destruição e do cerceamento do direito da investigação faz-se mister uma oposição mais contundente e menos obliqua.
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Imprensa PT ALESP
Os deputados da base governista no Conselho de Ética aprovaram, nesta quinta-feira (27/10), requerimento do deputado Campos Machado (PTB) para que a apuração das denúncias sobre a venda das emendas parlamentares seja feita apenas pelo Ministério Público.
“Foi enterrado o Conselho. Este é o golpe da base aliada que não quer apuração de nada”, desabafou o líder da Bancada do PT, Enio Tatto. Para ele, “este fato torna ainda mais vital a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito”.
Com a aprovação do requerimento do deputado Campos Machado, todos os outros requerimentos deixam de ser apreciados, inclusive o que solicitava a presença do secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Emanuel Fernandes, e da subsecretária de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, Rosmary Corrêa, para esclarecer a suposta omissão na apuração das denúncias, que segundo o deputado Roque Barbiere eles tinham conhecimento.
No total, foram apresentados ao Conselho 18 requerimentos, que deixaram de ser apreciados, seja porque tiveram pedido de vistas ou foram sumariamente rejeitados pela base aliada. Apenas três foram aprovados.
Governo não quer perder relatoria
Os membros do Conselho de Ética foram surpreendidos na reunião do Conselho pelo anúncio do deputado José Bittencourt de que deixou o PDT e passa a integrar o quadro do PSD.
José Bittencourt era relator do Conselho, ocupando vaga do PDT, com sua saída do partido teria que deixar a relatoria, cabendo ao PDT indicar outro.
O deputado Major Olímpio, líder do PDT, reivindica a relatoria e afirmou que oficializará, ainda nesta quinta-feira, a presidência da Assembleia para que a questão seja resolvida o mais breve possível.
PT protesta contra prorrogação do Conselho
O Conselho de Ética votou, ainda, que seus trabalhos podem ser prorrogados por até 15 dias. A Bancada do PT se absteve, na votação, como meio de protesto contra a manobra dos aliados do governo que “encerraram” os trabalhos do Conselho, sem apurar nada.
Mandar o quê para o MP?
Em entrevista coletiva, ao final da reunião do Conselho, o petebista Campos Machado foi questionado pelos repórteres sobre o que seria enviado ao Ministério Pública, uma vez que o Conselho de Ética não apurou nada e só ouviu uma pessoa (o deputado Major Olímpio). Campos Machado esquivou-se da resposta, dizendo que tudo será encaminhado ao MP.
Para o deputado João Paulo Rillo, “o envio ao MP vai ter vexatório, porque vai ser o ‘nada’ que vai ser encaminhado”. Ainda segundo ele, “a única saída para jogar um pouco de luz na Assembleia é a instalação da CPI. Hoje estamos no escuro, com a imagem da Casa manchada”.
O líder do PT, Enio Tatto, comemorou a trigésima assinatura no pedido de CPI da venda das emendas. O deputado Roque Barbiere, autor das denúncias sobre a suposta venda das emendas, é o mais recente signatário. Com isso, agora só faltam mais duas assinaturas para que o pedido atinja o número regimental (32) para ser protocolada.
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