Na Argentina, após intensa
mobilização popular contra decisão do governador da região do Chaco, Jorge
Capitanich, foi suspensa a instalação de uma base militar do Comando Sul dos
Estados Unidos.
Um fato chama a atenção, o total
silêncio da mídia de mercado sobre o tema. Ou seja, se não fossem os
movimentos sociais, a base militar seria
instalada sem que a maioria do povo soubesse o que estava acontecendo em
matéria de envolvimento da Argentina com a nação do Norte que ainda acredita
que o continente latino-americano não passa de um quintal ou pátio traseiro.
A história começou em setembro de
2010 quando o governador de Chaco autorizou a instalação da base e em
pronunciamento para uma delegação de parlamentares estadunidenses disse em alto
e bom som: “Defendo uma aliança estratégica com os Estados Unidos e estou
disposto a lutar por essa ideia".
Na verdade, políticos do gênero
Capitanich existem aos borbotões por esta América Latina e o melhor antídoto
para evitar que prosperem é a mobilização, como fizeram os argentinos no Chaco.
O silêncio quase total da mídia de mercado sobre o tema é sintomático.
Mas todo cuidado é pouco, porque
tanto o governo dos EUA como seus aliados na América Latina não descansam e se
utilizam de métodos sofisticados para conseguir os objetivos. Ou seja, tentam
enganar meio mundo com linguagem do gênero altruista.
No caso do Chaco, a base militar foi apresentada
inicialmente como "centro de ajuda humanitária, de atenção a emergências
ou de treinamento". Como essa linguagem dissimulada, os
"altruistas" do Pentágono vão tentando conseguir os objetivos.
Mas a tentativa de enganar os
argentinos foi abortada e se não fosse prejudicaria não apenas o país anfitrião,
como os vizinhos, inclusive os brasileiros.
Enquanto isso, no Chile,
saudosistas dos tempos de torturas e assassinatos praticados por um Estado
terrorista decidiram fechar um teatro para homenagear nada mais nada menos do
que Augusto Pinochet, uma figura sanguinária que se equipara a Calígula,
Hitler, Mussolini e tantos outros criminosos do gênero.
A homenagem foi coordenada por
militares da reserva que tinham comando durante aqueles trágicos anos e cuja
figura principal reverenciam onde for possível.
A Justiça chilena permitiu a
realização da homenagem em nome do direito e da democracia. Algo do gênero como
se na Alemanha a justiça autorizasse neonazistas a reverenciarem o patrono
Adolfo Hitler. Qual a diferença entre um e outro?
Os chilenos saudosistas de um
tempo de trevas se equiparam a alguns brasileiros do gênero do capitão da
reserva José Geraldo Pimentel, um dos organizadores de um manifesto indecoroso
exortando militares da ativa a ocultar documentos que possam vir a ser requisitados
pela Comissão da Verdade.
Nesse sentido, o Ministério
Público Militar (MPM) pediu que o Exército instale Inquérito Policial Militar
(IPM) para investigar a criação de uma cartilha de uma autodenominada Frente
Nacional contra a Comissão da Verdade.
Pimentel comporta-se como um
marginal e ainda por cima conclama os militares da ativa a não informarem os
locais em que foram enterrados os corpos de vítimas da repressão política.
Além das providências legais a
serem adotadas pelas autoridades, outro antídoto contra esta gente é a
mobilização popular, do tipo como tem feito o Levante Popular da Juventude
esculachando torturadores e assassinos na porta de suas residências.
Nesse sentido, os ainda adeptos
de Pinochet e os saudosistas da ditadura brasileira se encontram ao longo da
vida. Até porque, os militares que tinham comando naquela época no Chile não
esquecem do pleito de gratidão que nutrem aos companheiros de farda brasileiros
que colaboraram com o golpe de 11 de setembro de 1973.
Já em Washington, Robert
Zoellick, presidente do Banco Mundial e que deixará o cargo no fim do mês,
confirmou sua presença no rol dos defensores
do enquadramento do continente latino-americano aos interesses dos
Estados Unidos.
Como os tempos hoje são distintos
dos de 30 e 40 anos atrás, quando organismos internacionais em conluio com sucessivos governos
estadunidenses davam total apoio a regimes de força, figuras como Zoellick saem em campo para combater o governo bolivariano da Venezuela, de quebra Cuba e
outros países que não aceitam as regras estabelecidas por Washington.
Nesse sentido, Robert Zoellick
apenas está cumprindo um papel que lhe cabe no jogo da tentativa de retomar a
hegemonia em um continente que não aceita mais ser considerado quintal ou pátio
traseiro de quem quem quer que seja.
E, por fim, Zoellick em seus pronunciamentos
ainda fala em defesa da democracia. Ou seja, a mesma retórica utilizada por
generais de plantão nos anos de chumbo.
O Rio entrou no clima de Rio +
20. O lobie da economia verde, uma estratégia do capital que visa manter a
hegemonia do setor com o papo verde, já está em ação. Mas os movimentos sociais
do Brasil e de várias partes do mundo que estaráo reunidos na Cúpula dos Povos
estão alertas e não querem se enganados com discursos e belas palavras, que não
dão em nada ou apontam até para um retrocesso ambiental sem tamanho.
O ceticismo de alguns setores é
tão grande que já tem gente mudando o nome de Rio + 20 por Rio – 20 ou Rio + 20
é igual a zero.
Em tempo: Koffi Anan apresentou
uma fórmula para tentar impedir o prosseguimento do banho de sangue na Síria.
Uma reunião com os cinco países integrantes do Conselho de Segurança da ONU,
mais a União Européia, Liga Árabe e países vizinhos da Síria, entre os quais o
Irã.
Os Estados Unidos de antemão
vetou o Irã, numa demostração prática de que a única saída defendida por
Washington é que a crise se encerre com a vitória de um dos lados, exatamente o
dos mercenários que recebem seu apoio.
Fonte: site Irã News
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