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sábado, 16 de junho de 2012

Guerra Total made in USA.


Estados Unidos - Há diversos aspectos em que o presidente Barack Obama leva a cabo políticas de guerra ainda mais duras do que as que impôs o outro presidente, George W. Bush.

Por exemplo, os bombardeamentos mediante aviões não tripulados sobre Paquistão, Afeganistão, Líbia e outros lugares, onde os alvos não são só os alegados "terroristas", pois que "qualquer homem em idade militar na zona há ser considerado combatente... fora que a evidência póstuma demonstrar o contrário".

De acordo com um amplo artigo publicado no matutino "The New York Times" no passado 29 de maio, Obama tem vindo a estimular na prática o que apenas pode ser descrito como a Doutrina de Guerra Total, a integrar as ações de governo, militares e de guerra psicológica através da comunicação social sob uma única Doutrina.

O conceito de "Guerra Total", isto é, a guerra não apenas contra forças militares, mas contra todos os civis, mais alô da sua idade, sexo, e contra toda a infraestrutura do país, virou numa terrível realidade no século XX, reforçada pelos descobrimentos científicos e mais o progresso tecnológico postos ao serviço ilimitado da guerra. A Guerra Total hoje segue bem viva e o seu principal incitador são os Estados Unidos mais os seus aliados.

Isto  querem-no  justificar em todas as frentes graças à comunicação social adepta nos Estados Unidos, a Europa e os outros países. No caso da Doutrina de Guerra Total de Obama, a comunicação social acompanha a política oficial dos EUA descrevendo o assassínio de pessoas inocentes- que por azar ou casualidade se acharem no local errado, no momento errado em que caírem as democráticas bombas norte-americanas- como "combatentes militantes".

Na verdade, a Guerra Total precisa duma intensa e constante guerra psicológica para convencer a opinião pública- a própria mais a estrangeira- que "os nossos rapazes" combatem por "espalhar a paz e mais a democracia"; que sempre fazem o que é "correto" ao matar "quem devia morrer" porque ameaça os Estados Unidos, Europa, Israel e o resto de Ocidente; por outras palavras, eles apenas assassinam "combatentes militantes terroristas".

Deste jeito, são descritas sob  eufemismos  orwellianos  todas as guerras conduzidas pelos EUA, quer em solitário quer a carão de aliados como a Grã-Bretanha, a União Europeia e Israel, ou através doutros países com governos fantoche. A listagem é bem longa: Coreia, Vietname, Panamá, República Dominicana, Palestina, Egito, Iraque, Afeganistão, Líbia, Irão, África, América do Sul, Camboja, Laos, Cuba, El Salvador, Ilhas Malvinas, Nicarágua, Granada, Sérvia... A quantidade de mortos mede-se em dezenas de milhões de pessoas e continua a medrar.

Quem virá a seguir? A Síria? O Irã? O Sudão? A Coreia do Norte? A Venezuela? Depois do 11 de setembro de 2001, as coisas mudaram do mau para o pior...

Hoje o mundo confronta-se com uma superpotência hegemônica a cada vez mais fora de controlo que hospeda um pequeno, compactado e extremamente poderoso grupo de Senhores do Poder encastelados profundamente na sua estrutura de poder pública e privada, que deste jeito controla armadas e forças aéreas invencíveis, exércitos de altíssima tecnologia, bombardeiros não tripulados, satélites militares, bombas de tipo napalm, de fragmentação e de profundidade, vigilância electrónica, e mesmo armas secretas como as ainda não aclaradas instalações do projeto HAARP.

Acrescente-se a isto todo as dezenas de milhares de mísseis de longo alcance e bombas nucleares dirigidas contra determinados países, em mãos do exclusivo clube nuclear ocidental – Estados Unidos, Reino Unido, França e Israel – e há-se de ver como as coisas pegam num semblante muito obscuro.

Todo isso garantido por um financiamento ilimitado – tanto oficial quanto clandestino- pelos EUA e os seus aliados. E assim que o dinheiro começar a ser  escasso, bom... sempre  existem "outros meios e fontes...". É então que os serviços de inteligência como a CIA lavam e reciclam biliões de dólares procedentes do tráfico de drogas, de armas e do crime organizado em geral, para financiar operações encobertas, ilegais e inconfessáveis; e a cada pouco é apanhado algum alto funcionário do governo a conspirar em operativos do tipo Irã-Contras


Todo isso constitui a política de "Guerra Total, estilo USA". Já não é a guerra total contra algum país em particular, mas contra todos os países que os EUA, Reino Unido, França e Israel consideram "estarem a apoiar os terroristas", ou que teimarem em manter governos nacionais soberanos de que eles não gostam, ou ainda - mais pragmaticamente- contra países abençoados com enormes riquezas petrolíferas, gasíferas, minerais, e de água e alimentos de que poderosas multinacionais como Exxon, BP, Monsanto, Chevron e Barrick Gold desejam tomar posse para a seguir reciclar os biliões de dólares em ganhos mediante os sabidos bancos JPMorganChase, Goldman Sachs, CitiCorp, HSBC, Deutsche Bank... Tudo fica na casa...

A maquinaria de Guerra Total, estilo USA, custa biliões de dólares e euros aos contribuintes norte-americanos, britânicos e europeus, e ainda há que acrescentar os biliões criados do nada pelo banco central europeu e a Reserva Federal dos EUA, o qual vem a ainda mais erodir o dólar e o euro, de tal jeito que, afinal de contas, todo o mundo acaba a pagar a fatura da Guerra Total dos EUA, através da erosão destas moedas globais.

E aquelas dezenas de milhões de norte-americanos e europeus que acreditaram que Obama "havia mudar as coisas" inaugurando um "mundo mais pacífico e amável", que não se iludam: no que respeita à política exterior estadunidense nunca houve nem há de haver substanciais diferenças entre republicanos e democratas.

De maneira que se o senhor estiver a caminhar pelas ruas de alguma vila ou cidade do Paquistão ou Afeganistão e, por acaso, passar perto de algum "alvo terrorista" e for assassinado por uma bomba teledirigida norte-americana, o senhor já não vai ser classificado como uma "baixa civil"; nem sequer como "dano colateral". Nem por isso: a Doutrina de Guerra Total Obama acaba de transformar o senhor num "militante combatente terrorista"!

Naturalmente, quando estas bombas teledirigidas assassinam 30, 40 ou 100 civis que os EUA classificam oficialmente como "terroristas militantes", eles bem sabem que não estão a fazer a mínima ideia de a quem assassinaram; podia ser um moço a entregar pizzas, o leiteiro, um aluno de escola secundária, um vendedor de jornais, ou..., mas importam-se o quê com isso? Abonda com classificá-los como "militantes combatentes terroristas", encerrar o parte militar ianque e... passemos a coisas mais sérias!

Enfim, o importante é saber que a comunicação social ocidental disciplinadamente vai informar o mundo que "mais terroristas militantes" vêm de ser eliminados na "Guerra Total dos EUA contra o Terrorismo" (ou a do Reino Unido, ou a da União Europeia, ou de Israel...)

E não vá um pensar que a Doutrina Obama não significa "justiça ianque", porque se depois que o senhor for assassinado se vier a demonstrar que em realidade não era "terrorista militante", mas apenas um coitadinho que saíra passear o cão, então a generosidade ianque se quadra reclassifica-o como "baixa civil" ou mesmo pode que seja honrado com o apelativo de "dano colateral".   Aí, já me vou sentindo melhor!

Quando os Estados Unidos da América do Norte iniciaram a sua Guerra Total Global contra o Terrorismo, estas táticas mortais, hipócritas, criminosas, inumanas e mentirosas viraram parte integral da "democracia" de estilo ocidental que atiraram para riba do nosso pobre planeta.

Hoje, milhares de milhões de pessoas questionam-se onde é que nos está a arrastar tudo isto; quando é que parará?

Em rigor, na verdade, a questão chave é antes: Como pode a humanidade parar um grupo de países imensamente poderosos que semelham totalmente fora de controle?

Se alguma vez podemos conseguir nem que seja uma Paz Parcial, primeiro devemos pôr fim à atual loucura da Guerra Total.

FONTE  site- Tribuna Popular - [Adrian Salbuchi, tradução do Diário Liberdade


(Tirado de RT em: http://actualidad.rt.com/expertos/salbuchi/view/46131-Guerra-Total%2C-estilo-USA)

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