A Turquia não é um país
democrático. Os presos políticos são contados aos milhares. Os Curdos, povo do
sul da Turquia e do norte do Iraque que tem língua e nacionalidade próprias são
perseguidos ao ponto de lhes ser proibido falar sua própria língua em público.
O mesmo acontece com outros povos que vivem na Turquia, como Armênios e Lars.
Por veiculação de vídeos “rebeldes” o site Youtube é bloqueado em todo país.
A constituição implantada em 1981
através de um golpe militar é a mesma que vigora até hoje, tendo sofrido apenas
algumas emendas.
O partido no poder (AKP – Partido
da Justiça e do Desenvolvimento) governa com mão de ferro a partir de eleições
com regras eleitorais draconianas. Apenas participa do parlamento o partido que
obtêm, no mínimo, 10% dos votos. Os dois principais partidos de oposição, o BDP
e a coalizão HDK (Congresso Democrático Popular) sofrem intensas perseguições,
sendo obrigados a mudar de nome constantemente para manter uma representação
parlamentar.
Todo esse caldo entornou no momento
em que o governo do primeiro ministro Edorgan decidiu destruir um Centro
Cultural Ataturk e um parque no centro da histórica capital Istambul para
construir um Shopping Center. Desde então, protesto noturnos com barricadas e
molotovs agitaram não só Istambul, mas também outras grandes cidades como
Izmir, Ankara e Balikesir.
A repressão do governo teve a
marca da ditadura turca. Centenas de militantes foram detidos, a internet foi
cortada por vários dias e 3 pessoas foram mortas até o presente momento. Na
cidade de Izmir, 25 jovens foram presos por organizarem protestos via rede
social Twitter.
O Partido do Trabalho, membro da
coalizão HDK, declarou em nota oficial (www.emep.org): “A política do AKP em
relação à Síria gerou muita insatisfação entre o povo. O apoio financeiro e
político por parte do governo aos grupos radicais islâmicos na fronteira causou
muitos questionamentos. Na prática, o governo cedeu o controle financeiro e
político das áreas de fronteira à facção islâmica. O desemprego e as falências
de empresas vêm crescendo, enquanto o governo destina 5 milhões de dólares aos
rebeldes sírios”.
Os protestos demonstram que a
luta social se aprofunda na Turquia e é parte da luta dos povos árabes por
democracia, soberania e justiça social.
Redação SP
Fonte: site A verdade
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