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terça-feira, 25 de junho de 2013

EUA acolhe acusados pelo Equador, enquanto pede Snowden


Quito- Prensa Latina-  Enquanto os Estados Unidos pedem ao Equador que neguem o asilo político a Edward Snowden, ex-técnico dos serviços secretos estadunidenses, acolhe cidadãos procurados pela justiça equatoriana, revela o site digital Rebelion.

 Além disso, Washington permite que golpistas da nação sul-americana utilizem seu território para conspirar, acrescenta o meio alternativo de informação que faz uma análise da postura ambígua da administração norte-americana.

 O ex-presidente equatoriano Jamil Mahuad Witt, obrigado a sair do país pela pressão popular; os banqueiros ladrões e golpistas Roberto e Willian Isaías Dassum, e o ex-diretor de inteligência do exército equatoriano e agente da CIA Mario Pazmiño, são esses os indivíduos que vivem sob amparo de Washington, detalha o site Rebelion.

 No entanto, para muitos Snowden é um verdadeiro herói, de fato mais de 113 mil estadunidenses assinaram uma petição popular para que o presidente Barack Obama o perdoe, cifra muito acima da necessária para que se obtenha uma resposta.

 Snowden foi acusado na última sexta-feira de espionagem, após reconhecer que vazou aos jornais The Guardian e The Washington Post informação sobre dois programas classificados de monitoramento eletrônico de correios e chamadas telefônicas.

 O Equador recebeu no último domingo uma solicitação de asilo de Snowden, que é analisada pelo governo equatoriano, levando em conta "sua Constituição, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e outros instrumentos no marco do direito internacional", afirmou o chanceler Ricardo Patiño.

 Assim que o ex-funcionário de inteligência solicitou refúgio ao Equador, Washington manifestou sua oposição a que Quito lhe outorgue o asilo.


 O analista político Jean-Guy Allard detalha no Rebelion os pormenores dos delinquentes equatorianos que vivem à sombra do governo estadunidense e sobre os quais pesam graves acusações.

 Recorda que as decisões políticas e econômicas que o Governo de Mahuad tomou geraram, além das vítimas de uma selvagem repressão, a saída de dois milhões de equatorianos ao exterior.

 "No dia 21 de janeiro de 2000 Jamil Mahuad, que ainda não havia cumprido dois anos de seu mandato, foi obrigado a renunciar pela pressão de dezenas de milhares de equatorianos, um verdadeiro levantamento popular que incluiu indígenas e trabalhadores", recorda Jean-Guy Allard.

 Ele detalha que no final de 2011, a justiça equatoriana difundiu uma ordem de captura contra Mahuad, mas pouco depois, sob pressões estadunidenses, a Polícia Internacional (Interpol) recusou o pedido de Quito, o que provocou protestos do Equador e do presidente Rafael Correia.

 Da mesma forma, os irmãos banqueiros Roberto e Willian Isaías Dassum, que lesaram o povo equatoriano em pelo menos 264 milhões de dólares, foram favorecidos há apenas umas semanas pelo juiz estadunidense de Flórida John Thornton.

 Segundo o advogado equatoriano Carlos Bravo, após uma investigação ficou definido que eles têm muitíssimos bens e investimentos nos Estados Unidos, concretamente em Miami, como uma afiliada da emissora de notícias CNN, investimentos petroleiros, entre outros.

 Também Mario Raúl Pazmiño, ex-chefe da inteligência militar equatoriana, que foi expulso do exército por sua colaboração com a CIA, ao vazar informações secretas a seus chefes norte-americanos, além de ter frustrado uma operação contra narcotraficantes, goza de impunidade no país do norte.

 Pazmiño, considerado um extremista de direita, é o responsável pela criação da chamada Legião Branca, grupo clandestino de perfil fascista e terrorista que atacava, "sob as orientações provenientes dos Estados Unidos", os militantes de esquerda.

 "Traidor de primeira, Pazmiño manteve seus chefes da CIA informados durante a operação de bombardeio do dia 1 de março de 2008 contra um acampamento das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em Angostura, no qual morreram 26 pessoas, entre elas Raúl Reis", explica.

 A partir de seu asilo nos Estados Unidos, Pazmiño conspirou o tempo todo contra o Governo do presidente Correa, assegura o site Rebelion.

 Sete dias antes da tentatica de golpe de Estado no Equador, no dia 30 de setembro de 2010, Pazmiño aparece como um dos líderes em uma reunião conspirativa em Miami com Gustavo Lemus.

 Este último é denunciado no país sul-americano como torturador e por encobrir o assassinato de dois adolescentes quando era chefe dos torturadores no governo social-cristão de León Febres Cordeiro (1984-1988). Contudo, o delinquente vive em solo norte-americano. Outro caso ressaltado é o de Mark Sullivan, que faz parte dos buscados pela justiça equatoriana.

 Sullivan, expulso no dia 18 de maio do 2009 do Equador, trabalhava sob o título de primeiro secretário da Embaixada dos Estados Unidos, de onde coordenava numerosos agentes de inteligência escondidos entre os 185 empregados da sede diplomática.

 Coordenava ações com o DAS (a inteligência colombiana) e o Exército, em comunicação constante com Michael Steere, chefe da estação CIA na Venezuela.

 Snowden, de 30 anos, assegurou que desde 2009 a Agência de Segurança Nacional (NSA) tinha hackeado (acesso ilegal) computadores de instituições oficiais em Hong Kong e no território da República Popular da China.

 O também ex-empregado da companhia Booz Allen Hamilton, contratista do Departamento de Segurança Interior dos Estados Unidos, afirmou que a agência ligada ao governo federal efetuou mais de 61 mil operações de invasões a computadores em 35 países pelo mundo.


fonte: site Prensa Latina

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