Yvke Mundial
Sergio Rodríguez Gerlfenstein,
internacionalista e professor universitário
02/06/13.-Sergio Rodríguez
Gerlfenstein, internacionalista e professor universitário, participou no
programa Construindo a Utopia, transmitido pelo YVKE Mundial, para opinar sobre
a solicitação do ingresso da Colômbia na Organização do Tratado do Atlântico
Norte (OTAN), realizada pelo presidente da dita nação, Juan Manuel Santos.
O internacionalista explicou que
a decisão de Santos precisa ser analisada dentro do contexto da visita do
vice-presidente dos EUA à Colômbia e após a visita do governador Capriles
Radonski ao território colombiano.
“A decisão de solicitar a
incorporação da Colômbia à OTAN deve ser analisada a partir do tema da guerra
na Colômbia, porque é estrutural”, assinalou Rodríguez Gerlfenstein. O
professor recordou que a Colômbia é um país que vive há 50 anos em guerra e que
a possibilidade de alcançar a paz com as negociações que se desenvolvem em
Havana, significará a desmobilização das Forças Armadas Colombianas e, assim,
uma redução do aparato militar.
“A guerra tem sido um grande negócio
que, não chegando ao fim, pode prejudicar a economia. Se a participação das
Forças Armadas Colombianas for reduzida, sua inserção na OTAN daria a
oportunidade de participar nas lutas bélicas que os EUA empreendem”, analisou
Rodríguez Gerlfenstein
Outra análise do
internacionalista parte do fato de que a OTAN assinou um tratado de livre
comércio à Colômbia durante o mandato de Juan Manuel Santos, o qual abre
possibilidades econômicas à Colômbia.
Rodríguez Gerlfenstein afirmou
que o ingresso da Colômbia à OTAN cumpriria um velho desejo dos Estados Unidos
de inserir na América Latina a lógica bélica da organização.
“Existe uma velha intenção dos
EUA em incorporar a lógica imperial na região latino-americana. Nos anos 80 e
90, quiseram projetar a OTAN e existiu a intenção de criar o Tratado do
Atlântico Sul”, explica o internacionalista.
Uma punhalada na UNASUL
A decisão do presidente Juan
Manuel Santos de solicitar o ingresso da nação que dirige à OTAN é, para o
internacionalista, uma punhalada na União Nacional das Nações Sul-americanas
(UNASUR).
“Após a visita do vice-presidente
dos EUA à Colômbia, fica claro que aqui existe uma imposição e um acordo da
oligarquia colombiana com os EUA para romper a UNASUR”, disse Rodríguez
Gerlfenstein.
Segundo o professor, existe um
plano, pois essa “não é uma iniciativa isolada da Colômbia. A Colômbia foi o
país eleito e, certamente, isso é foi pedido em troca de ter assinado o Tratado
de Livre Comércio”.
Por que a OTAN não desapareceu?
Rodríguez Gerlfenstein explica
que a estrutura da OTAN foi criada para fazer frente à União Soviética durante
a Guerra Fria e diz que se a guerra terminou e a OTAN continua existindo, quer
dizer que os objetivos imperialistas vão além daquele inimigo.
“Para justificar a existência
criaram novos inimigos, como o terrorismo e o narcotráfico. A OTAN surge em
1949, quando se formalizou a Guerra Fria. É a mesma lógica de estruturação e
controle militar dos EUA”, aponta Rodríguez Gerlfenstein.
Fonte: http://www.aporrea.org/tiburon/n230062.html
e site do PCB
Nenhum comentário:
Postar um comentário